Remédios para o galego (Coord.) por Diego Bernal e Valentim Fagim.
Editoria Através
“Eu sou do tamanho do que vejo”, escreveu Fernando Pessoa. Eis 44 autores/as e 68 artigos que, como a máxima pessoana, vivem o galego do tamanho do que veem, em Portugal, no Brasil, em Angola ou Moçambique. E continuam a sonhar, meio século depois, com esse galego extenso e útil, confundido com o português, com que sonhou Castelão.
http://pgl.gal/remedios-para-o-galego/
O livro foi intitulado de Remédios para o Galego, jogando com o duplo valor da palavra Remédios neste contexto: solução e medicamento e pedimos ao desenhador Abraham Carreiro, sócio da Agal, que elaborasse uma capa que recolhesse a ideia de medicamento.
A metáfora dos Remédios foi levada mesmo a uma das
orelhas do livro que se pode extrair e usar como marcador. No tal
marcador aparece um texto em formato bula onde se recomenda uma ingestão
diária de textos (melhor à noite antes de adormecer), as idades
adequadas e não interrompermos o tratamento até concluir o processo. Não
tem efeitos secundários indesejáveis.
Os artigos foram agrupados em 8 categorias focando um quarto doméstico:
Em Armário daremos de frente com experiências
pessoais, desde a passagem ao lado escuro da norma, as cidades que
perderam falantes e ganharam hablantes ou histórias de adolescentes reintegrantes.
Na chave juntamos textos que evidenciam a
capacidade de aceder que oferece uma visão ampla da nossa língua, formas
de implementar esta visão nas aulas de galego, dicas para os pais que
querem transmitir a língua e, em geral, para viver em galego sem estar
pendente dos orçamentos anuais para normalização linguística.
Com a roupa refletiremos sobre a importância
da ortografia, a interação entre falar e escrever, os ingredientes do
galego que não vemos porque nos são ocultados e estratégias para
usufruir um galego soberano frente à língua do estado.
A maquilhagem tem a ver com a identidade, o
nome da nossa língua, a imagem que temos dela, a imagem do “povo”,
formas de viver a língua ou a necessidade de reconhecer-nos uns aos
outros, usemos o modelo de língua que usemos.
Com xadrez entramos na estratégia, ainda que
esta palpite em todos os textos. Estratégias para que os galego-falantes
nos falem em galego, os alicerces [mesmo históricos] da estratégia
reintegracionista, o caminho que nos marca Google, estratégias para o
ensino, estratégias que é melhor não seguir e os passos a dar para
situar a nossa língua no mundo.
O espelho vai-nos permitir ver o nosso reflexo
noutras línguas e noutros contextos a fim de ver melhor a nossa
realidade: País Basco, Catalunha, Valência, Ocitânia, Sérbia e Croácia
ou Noruega.
O cadeado é tudo aquilo que discrimina. São os
preconceitos por falar galego, são as auto-limitações, são os limites
que são colocados às pessoas que vivem o galego como sendo uma língua
internacional e os desejos de tolerância gráfica.
Por fim, a janela é como somos visto de fora,
por pessoas de Portugal, do Brasil e de Angola, por pessoas que não têm
as nossas cargas e podem ter um olhar mais leve. Vão-nos falar da origem
do português, de como é percebido e recebida a nossa variedade, do que
nos une e da Galeguia.
Às melhoras!
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