13 febreiro 2018

Remédios para o galego

Remédios para o galego   (Coord.) por Diego Bernal e Valentim Fagim.

Editoria Através

“Eu sou do tamanho do que vejo”, escreveu Fernando Pessoa. Eis 44 autores/as e 68 artigos que, como a máxima pessoana, vivem o galego do tamanho do que veem, em Portugal, no Brasil, em Angola ou Moçambique. E continuam a sonhar, meio século depois, com esse galego extenso e útil, confundido com o português, com que sonhou Castelão. 

http://pgl.gal/remedios-para-o-galego/  

 O livro foi intitulado de Remédios para o Galego, jogando com o duplo valor da palavra Remédios neste contexto: solução e medicamento e pedimos ao desenhador Abraham Carreiro, sócio da Agal, que elaborasse uma capa que recolhesse a ideia de medicamento.

A metáfora dos Remédios foi levada mesmo a uma das orelhas do livro que se pode extrair e usar como marcador. No tal marcador aparece um texto em formato bula onde se recomenda uma ingestão diária de textos (melhor à noite antes de adormecer), as idades adequadas e não interrompermos o tratamento até concluir o processo. Não tem efeitos secundários indesejáveis.
Os artigos foram agrupados em 8 categorias focando um quarto doméstico:
Em Armário daremos de frente com experiências pessoais, desde a passagem ao lado escuro da norma, as cidades que perderam falantes e ganharam hablantes ou histórias de adolescentes reintegrantes.
Na chave juntamos textos que evidenciam a capacidade de aceder que oferece uma visão ampla da nossa língua, formas de implementar esta visão nas aulas de galego, dicas para os pais que querem transmitir a língua e, em geral, para viver em galego sem estar pendente dos orçamentos anuais para normalização linguística.
Com a roupa refletiremos sobre a importância da ortografia, a interação entre falar e escrever, os ingredientes do galego que não vemos porque nos são ocultados e estratégias para usufruir um galego soberano frente à língua do estado.
A maquilhagem tem a ver com a identidade, o nome da nossa língua, a imagem que temos dela, a imagem do “povo”, formas de viver a língua ou a necessidade de reconhecer-nos uns aos outros, usemos o modelo de língua que usemos.
Com xadrez entramos na estratégia, ainda que esta palpite em todos os textos. Estratégias para que os galego-falantes nos falem em galego, os alicerces [mesmo históricos] da estratégia reintegracionista, o caminho que nos marca Google, estratégias para o ensino, estratégias que é melhor não seguir e os passos a dar para situar a nossa língua no mundo.
O espelho vai-nos permitir ver o nosso reflexo noutras línguas e noutros contextos a fim de ver melhor a nossa realidade: País Basco, Catalunha, Valência, Ocitânia, Sérbia e Croácia ou Noruega.
O cadeado é tudo aquilo que discrimina. São os preconceitos por falar galego, são as auto-limitações, são os limites que são colocados às pessoas que vivem o galego como sendo uma língua internacional e os desejos de tolerância gráfica.
Por fim, a janela é como somos visto de fora, por pessoas de Portugal, do Brasil e de Angola, por pessoas que não têm as nossas cargas e podem ter um olhar mais leve. Vão-nos falar da origem do português, de como é percebido e recebida a nossa variedade, do que nos une e da Galeguia.
Às melhoras!

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